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Monumento ao Marnoto

Monumento ao Marnoto em Aveiro


A HOMENAGEM
Braços hercúleos, traços morenos, pele tisnada pela torreira do sol, mãos calejadas das alfaias e dos remos, pés endurecidos pelos cristais de sal, roupas singelas para o trabalho, assim nos aparece o MARNOTO.

Árdua labuta no transporte do sal em canastras de vime, passo apressado e leve do barco para o armazém, vestes que não lhe roubam a graciosidade feminina de mulher aveirense. Eis um retrato da SALINEIRA.

CONCEITO
Na zona lagunar a paisagem é decorada com as salinas e montes de sal em forma piramidal. Também no Egipto as pirâmides são o seu Ex-Libris.
Assim um horizonte de areia corresponde a um horizonte de água. Atendendo a esta semelhança, em escala diferente, não quis deixar de associar ao Monumento certas curiosidades como se verifica nas referidas pirâmides egipcías.
Assim:
O Monumento está orientado de forma a que cada um dos braços piramidais indique os 4 pontos cardeais. O módulo central está orientado na posição Norte - Sul. As figuras estão viradas a Sul e para a zona lagunar.
Datas que se obtêm somando várias medidas das peças:
A soma de medidas de secção do módulo central exceptuando-se o zero (5+2) é 7. A medida de qualquer das bases em metros é 10. A soma da altura máxima com a altura mínima do módulo central mais a medida de uma das bases em metros (21+18+10) será 49 - 7/10/49 data de nascimento do autor.
A soma (21+18) módulo central + (1.40x4) medidas entre verticais + (3.20m) largura interior módulo central + (40) soma das bases em metros = 959, o ano em que pela primeira vez Aveiro aparece referenciado em documentos escritos.
A soma (21+18+3.20) módulo central + (11.20) altura da pirâmide menor + (2x1.40) medida entre as verticais da pirâmide e o módulo central = 1759 ano em que Aveiro passa a categoria de cidade.
A soma (1.40+7.50) medida interior das pirâmides + (10,20) de uma das bases = 1910 ano de implantação desta Répubica.
A soma das bases em metros (40) dá-nos a latitude de Aveiro que é 40º graus Norte.
A soma dos centrímetros da bases, (20+20+20+20) exceptuando-se o zero dá-nos a longitude de Aveiro que é 8 graus Oeste.
No por de sol surge um arco-iris na parte superior da queda de água, enquanto no nascer do sol surge na parte inferior.
Se prolongar-mos com uma linha imaginária a inclinação superior do módulo central (33º) até à ao nivel do solo a sombra provocada por essa linha dar-nos-iá a hora solar de Aveiro.
Este Monumento é assim também um relógio solar.
A localização orientada deste Monumento (norte solar) foi conseguida no dia 21 de Junho às 12horas observando a posição de sombra de vara espetada no solo para o efeito.


NOTAS DO AUTOR
O Marnoto e Salineira são figuras características desta cidade, que projectaram a sua imagem além fronteiras e a engrandeceram com o seu trabalho. São figuras que práticamente já só pertencem ao passado asiim como outras imagens ex-libris desta Urbe. Só tiveram a sua razão de ser e exstência, inseridas num meio caracteristico por sua vez indissociável das mesmas. Assim, quando se fala no Marnoto e na Salineira vêem-nos à memória também as salinas, a água, o sol, o moliciero, os palheiros e as casas típicas da Costa Nova.
É precisamente esta simbiose que se pretende condensar num Monumento só, como um todo.
Toda a obra Monumental está assente sobre uma base de betão, onde se destacam vários lagos intercomunicáveis que representam as salinas, local de trabalho do Marnoto e da Salineira. As duas formas piramidais representam as pirâmides e o sal. Nestes módulos descortinam-se umas faixas verticais, que simbolizam os armazéns de sal e as típicas casas da Costa Nova. A proa e ré do Moliceiro, barco único no Mundo e como tal imagem a preservar, também se encontra representado neste Monumento, conforme o ângulo de visão vê-se completo. As velas açoitadas pelo vento estão representadas pelo módulo central, com forma de vela de moliciero, totalmente preenchido por uma queda de água. As figuras do Marnoto e da Salineira, com os seus apetrechos, estão conscientemente estilizados, como se fossem o reflexo dessas figuras na água, são um conjunto de salinas que, colocadas topo a topo, formam estas figuras humanas. As salinas e o Homem são assim um todo. São a expressão simples dos desenhos das prôas dos moliceiros.
Este Monumento foi ainda concebido para ser obervado em 360º graus, à velocidade de 20 a 30km, o que lhe confere leveza e movimento em sentido contrário a quem circunda o local, provocando a leitura de imagens como se de um animatógrafo se tratasse e manifestando um regresso nostálgico no tempo.
O conjunto exibe um grande equilíbrio formal com certa “leveza”, facultada pela possibilidade de observar o horizonte através de todos os elementos da composição, o que mantém uma certa cumplicidade com a proximidade envolvente, marcada pela presença da água.
Medidas:
Altura máxima cota zero: 21,60 m
Comprimento 23,20m


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